Vanguardas Artísticas

Movimentos Vanguardistas

Em termos gerais são movimentos que propoem uma nova visão de arte. Mas é  principalmente associada à arte criada no início do século XX. Eram as vanguardas europeias com a intenção de fugir dos padrões da arte acadêmica.

Abstracionismo

É a retratação artística de algo sem que haja uma forma definida ou uma realidade concreta, a supressão da realidade e da perspectiva, pela simplificação das formas e pela representação figurativa das coisas. Não se busca a simples retratação da natureza concreta, mas sim, a criação de uma linguagem visual, dotada de suas próprias interpretações.

Fauvismo

Os Fauvistas foram a primeira ruptura dos Impressionistas. Representavam a natureza de forma espontânea, intensa e com cores vibrantes. O termo Fauve = fera, foi cunhado pelo crítico de arte Louis Vauxcelles quando seus trabalhos foram expostos no Salon d’automne em Paris em 1905, devido ao uso de cores fortes e intensas.

Futurismo

O futurismo coloca-se contra o “passadismo” burguês e o tradicionalismo cultural. A exaltação da máquina e da “beleza da velocidade”, associada ao elogio da técnica e da ciência, torna-se emblemática da nova atitude estética e política. A pintura futurista usou elementos do Neo Impressionismo e Cubismo para criar suas composições que expressavam a idéia de dinamismo, energia e movimento.

Cubismo

Foi um dos mais influentes estilos artísticos do início do século XX. Cubos, volumes e planos geométricos entre cortados reconstroem formas que se apresentam, simultaneamente, de vários ângulos nas telas. O Cubismo estabeleceu novas relações entre forma e espaço. Rompeu com as técnicas tradicionais de representação da perspectiva, relevo e relações tonais.

Teve duas fases: o cubismo analítico, também chamado de hermético, com preocupação predominante com as pesquisas estruturais, por meio da decomposição dos objetos e do estilhaçamento dos planos, e forte tendência ao monocromatismo.

E o sintético que adiciona elementos heterogêneos – recortes de jornais, pedaços madeira, cartas de baralho, caracteres tipográficos, que são agregados à superfície das telas, dando origem às famosas colagens.

Expressionismo

Expressionismo derivou das experiências Fauvistas de Van Gogh, Matisse e Gaugin. As formas distorcidas e cores intensas refletem sentimentos interiores e as vezes místicos do artista. As figuras deformadas, cores contrastantes e pinceladas vigorosas que rejeitam todo tipo de comedimento; a retomada das artes gráficas, especialmente da xilogravura; o interesse pela arte primitiva. Essa poética encontra sua tradução em motivos retirados do cotidiano, nos quais se observam o acento dramático e algumas obsessões temáticas, por exemplo, o sexo e a morte.

Surrealismo

Movimento criado em Paris pelo poeta francês André Breton na publicação do Manifesto Surrealista. Foi influenciado pelos estudos de Sigmund Freud, o fundador da psicanálise. Segundo Breton trata-se de resolver a contradição até agora vigente entre sonho e realidade, pela criação de uma realidade absoluta, uma supra-realidade. Buscaram explorar nas artes o imaginário e os impulsos ocultos da mente, como alternativa as tendências construtivistas e racionais como o Cubismo e alimentado pela busca romântica dos Simbolistase da Pintura Metafísica e também decorrente do caráter dessacralizador do Dadaísmo.

Escolhemos como exemplo de uma coleção inspirada nas vanguardas artísticas, a coleção masculina de John Galiano Spring 2013.

Ela foi inspirada no artista do surrealismo Salvador Dali.

Belle Époque (1880 – 1910)

Esse período estende-se de 1895-1914, suas maiores características eram o esplendor e a opulência.

A “bela época”, foi um momento dourado para a alta sociedade na França, onde ele mais se concentrou, pois Paris era o centro cultural mundial na época. Foi o momento do belo, momento de transformações, avanços e paz no território francês. Foi uma época de novas descobertas e tecnologias, do aparecimento do cabaré, do cancan e do cinema.

As mulheres eram românticas no vestir, mas opulentas em função da nova silhueta em forma de “S” formada pelo uso exagerado do espartilho. Isso porque com o uso do mesmo, criava-se o “peito de pombo” e os quadris empinados pra trás que eram consequência disso, formando assim o “S”.

No entanto as roupas utilizadas por cima dessa estrutura eram leves e fluídas, com detalhes românticos e femininos.

Os tecidos mais usados eram a seda, a musselina, o crepe e o tule. Todos em cores pastéis. Os detalhes eram feitos com pregas e acessórios como plumas e fitas.

Os homens mantinham vestuário discreto, mostrando que a mulher era o centro da atenção.
Uso indispensável em momentos especiais eram os grandes e enfeitados chapéus.

Ele era o que chamava a atenção na cabeça da mulher da Belle Époque.

De todos os tipos, cores e tamanhos, de preferência grandes e chamativos.

Com isso em mente criamos um chapéu inspirado na época, partindo de um chapéu simples encapado com tecido branco.

Tendo isso como base, o decoramos com plumas pretas e brancas, fitas e flores artificiais.

Era Vitoriana (1830 – 1890)

Cenário:

O século XIX foi marcado pelo avanço tecnológico e pela mudança de atitudes sociais quanto ao gênero e à classe. A Revolução Industrial, iniciada no século anterior, acelerou-se e, apesar do impacto sobre a produção, distribuição, comunicação e consumo de moda, seu efeito foi sentido de forma mais contundente pela ascensão da classe média e a imposição de seus valores à sociedade.

O desenvolvimento do capitalismo industrial significava que a riqueza não mais dependia da hereditariedade. Esforço pessoal e propósito ganharam status de únicos atributos capazes de garantir uma vida próspera. O trabalho árduo passou a ser como uma religião. Comportamentos mais sóbrios e o hábito de poupar tornaram-se desejáveis, refletindo a necessidade de colocar ordem numa era de violentos tumultos sociais.

Ideais de classe e gênero, com uma distinção clara entre o que era apropriado para mulheres e para homens, representavam a tendência social da época. Algo que, de certa forma, persistiu, dando forma às definições contemporâneas de masculinidade e feminilidade.

Vestuário Básico:

As características mais marcantes do vestuário do período estão relacionadas ao movimento intelectual chamado Romantismo, que enfatizava a emoção, o etéreo e a sensibilidade. Dominou não só a moda, mas outras expressões artísticas, como a literatura e o teatro. Surge como reação à excessiva racionalidade do Iluminismo.

O vestuário básico das mulheres traz de volta o conjunto espartilho e saia. A cintura, portanto, volta a sua posição natural e as saias passam a ser infladas, apresentando forma de sino. Houve, também, um sutil encurtamento delas, que revelava os tornozelos e que fez surgir a tendência de meias delicadamente adornadas.

Chapéus com fitas ou penteados amplos e elaborados, com plumas, flores e outros acessórios, completavam o look.

Já para os homens, o ar romântico estava representado no corte do tecido. Os casacos eram longos, acinturados, enfatizavam os ombros e ainda tinham uma cauda avolumada na parte traseira, desenhando uma silhueta exageradamente feminina.

O vestuário da Era Vitoriana, contudo, não foi somente influenciado pelo Romantismo, sofrendo variações durante o período. A figura abaixo mostra essa evolução:


 Criação:

Inspiradas na rainha Vitória e suas pequenas coroas, confeccionamos uma coroa feita de renda sobre papelão e pintada de tinta spray dourada.

Estilo Império (1789 – 1830)

Cenário:

O grande descontentamento do povo e da classe trabalhadora culminou com o início da Revolução Francesa em 1729.

De um lado, a escassez de alimentos e a decadência econômica; de outro, o luxo da corte e a insensibilidade do rei Louis XVI e sua rainha, Maria Antonieta, a quem se atribuiu a frase “Se não tem pão, que comam brioches”, supostamente dirigida ao povo faminto.

Assim, a desigualdade característica do período estava prestes a cair, e uma consciente “politização” do vestuário veio promover e expressar os ideais da nova ordem social. As sedas deram lugar ao algodão, a silhueta ficou mais simples e a decoração opulenta foi banida. A intenção era se distanciar de tudo o que se relacionasse com a corte, até por uma questão de segurança, pois de setembro de 1793 a julho de 1794, um dos líderes revolucionários, Maximilien Robespierre, executou diversos adversários políticos sob o pretexto da pureza ideológica, durante o chamado período do Terror.

A rejeição dos tecidos e trajes luxuosos, contudo, teve forte impacto negativo para a indústria têxtil e para a economia francesa – e quem mais sofreu com isso foi o trabalhador.

O idealismo da primeira etapa da Revolução Francesa deu lugar ao período do Diretório, e a sociedade, mais uma vez, voltou seu interesse para modismos e novidades. No ramo artístico, vigora o Neoclassicismo que, caracterizado pelo modismo recatado e pela simplicidade, buscou inspiração na Antiguidade Grega e Romana.

Vestuário Básico:

Chemise é o nome da peça de vestuário feminino típico do período. É um vestido simples, de algodão branco, que derivava de uma roupa de baixo. Quase transparente, com mangas curtas e recolhidas, decote baixo e saia fluida e sem volume, era baseado nos trajes das antigas estátuas gregas. A cintura saiu de sua posição natural e definiu-se logo abaixo do busto; espartilhos foram abolidos. O uso de um vestido-de-baixo preservava o recato.

Os tecidos eram simples, como musselina, gaze leve de algodão e percal (tecido, geralmente 100% algodão, comum em lençóis), mas davam o efeito acortinado necessário para replicar estilos clássicos. Estampas belas e de cor própria respondiam pela ornamentação e os sapatos eram leves e de cano baixo.

Tais tecidos, porém, não davam conta do inverno europeu, fazendo necessárias peças mais quentes, como xales de caxemira. Originalmente importados da Índia, os xales logo ganharam réplicas de lã de ovelha. Retratos pintados na época mostravam mulheres usando o xale enrolado ao corpo de uma forma similar às pinturas clássicas.

Adornos:

O corte leve e simples da chemise teve implicações práticas. Como não dava mais para incluir bolsos nas saias, as mulheres passaram a carregar pequenas bolsas ou sacolas de mão. Essas bolsas, com boca fechada por um cordão, chamavam-se retículos. Eram feitas numa grande variedade de tecidos, estilos e formas: de urnas e abacaxis a conchas e cestas.

Criação:

Uma peça muito usada no período do Império era o Bonnet, um chapéu muito usado pelas mulheres.

Esse da referência é da coleção de  Lancaster-Barreto, de 1808.

Para a peça que confeccionamos, utilizamos algodão entretelado e detalhes em fita nas bordas e como amarração do mesmo.

Rococó (séc. XVIII)

Cenário:

O século XVIII marcou o início de grandes mudanças na vida dos europeus.

As sociedades rurais, de economia baseada na agricultura, transformaram-se em sociedades modernas e industriais. Os primeiros anos da Revolução Industrial trouxeram avanços tecnológicos que melhoraram a produção agrícola e aceleraram a produção de mercadorias, dando base para o sistema de fábricas que logo dominaria os países europeus e os recém formados Estados Unidos da América. A maior facilidade de transporte entre lugares distantes tornou possível a compra e venda de uma maior quantidade de produtos. A Inglaterra cresceu e se tornou a nação mais avançada tecnologicamente, impondo seu poder no mundo todo.

Essas mudanças econômicas permitiram que outros membros da sociedade, como comerciantes e donos de fábricas, enriquecessem e tivessem dinheiro o suficiente para influenciar nas decisões políticas e econômicas, bem como na maneira de se vestir. Além de comida farta, habitações e roupas mais luxuosas, a classe média começou a adquirir mais conhecimento. Intelectuais passaram a questionar a liderança da nobreza e da Igreja e a defender a ideia de liberdade de pensamento. Surge o movimento iluminista, que foi a base da agitação civil que levou à Revolução Francesa (1789-1799), cujas ideias influenciariam as futuras democracias.

Como reação à ascensão dessa nova classe de trabalhadores e a uma possível perda de poder, o estilo das cortes europeias passa a ser caracterizado pela frivolidade e pelo conceito “beleza de viver”, na qual predominavam os saraus, bailes, concertos, banquetes e encontros amorosos.

Permanecem, portanto, os exageros do Barroco, porém o Rococó se utiliza de maior leveza nas formas, cores e ornamentação. O estilo, que também teve expressão na arquitetura, na decoração e nas artes em geral, traduziu-se, sobretudo, na moda. O vestuário foi elevado a uma forma de arte, confeccionado com o cuidado e a atenção que tal status exige.

Vestuário Básico:

O vestido típico do vestuário feminino no Rococó foi o robe à la française. Feito com tecidos suntuosos e decorado com babados, era usado somente pelas mulheres pertencentes à alta sociedade. Constituía-se de um corpete apertado cujo decote quadrado mostrava a parte superior dos seios. Na parte frontal do corpete prendia-se um painel triangular geralmente decorado com camadas de fitas sobrepostas (échelle, “escada” em francês) ou belos enfeites. As mangas eram justas e cobriam os braços dos ombros aos cotovelos. Vestidos-casacos (overgowns) abertos na frente revelavam a saia, feita de mesmo tecido e decorada com os mesmos elementos.

A silhueta fina e as saias amplas davam-se devido a espartilhos e paniers: acessório usado sob a saia para dar forma ao vestido, tipo umas “anquinhas”. A tendência da época era a largura exagerada e elíptica das paniers. Seu uso, muitas vezes, obrigava a mulher a entrar de lado pela porta do salão.

Já o vestuário típico dos homens era o conjunto de casaco justo na cintura, colete e calções, acompanhado por meias de seda, camisa com jabots (babados pendentes na gola) e punhos decorados, além de echarpe de laço elaborado. Tal conjunto denominava-se habit à la française.

Adornos:

Ambos os sexos não dispensavam pó para cabelo, fitas, babados, fivelas nos sapatos de salto alto e cosméticos. Sendo essa a última vez na qual homens e mulheres compartilhariam do excesso decorativo. Mais para o final do século, os chapéus passariam a fazer muito sucesso entre as mulheres, sendo mais importantes que os próprios cabelos.

Depois de 1770, a predominância do estilo Rococó diminuiu. Na corte, o que havia sido um estilo leve e delicado deu lugar à extravagância, ao artifício e ao excesso. A insatisfação com a monarquia era expressa por meio da negação dos estilos da corte em favor de uma silhueta mais apropriada, natural e livre.

Criação:

Para o período Rococó resolvemos recriar as famosas perucas exageradas da época.

Abaixo temos uma imagem de referência e logo abaixo desta, a imagem que realmente nos inspirou para a montagem da peruca, que na realidade é um doce.

Confeccionamos primeiro uma cabeça pequena feita de feltro preto, a seguir, usando enchimento de almofadas, enrolando e fazendo bolas, fomos montando a peruca.

Finalizamos então pontuando o rosto e fazendo detalhes com flores e pérolas, bastante usadas neste período também.

Barroco (séc. XVII – início séc. XVIII)

Cenário:

A Europa do século XVII foi marcada de um lado pela ascensão da França como a grande potência da região e de outro pela grande luta pelo poder político que ocorreu entre monarquia e parlamento na Inglaterra. Essas questões sociais acabaram influenciando o modo como as pessoas viviam e se vestiam. Outras questões como a ascensão da classe média e as diferenças entre o luxo da Igreja Católica e a simplicidade do estilo protestante também influenciaram a cultura e, consequentemente, a indumentária da época.

Com a Inglaterra distraída por anos de guerras civis e conflitos políticos, a França, que havia saído vitoriosa da Guerra dos Trinta Anos (conflito entre Alemanha, Espanha, França, Suíça e Dinamarca) passou a reinar na Europa. O rei da França, Louis XIV (1643 – 1715), lentamente ganhou o poder dos nobres e se estabeleceu como o mais poderoso monarca da região. Ele formou um grande exército, reprimiu a resistência interna e lutou pela expansão de seus territórios. Ele também transformou a França em uma potência econômica recusando-se a importar produtos de outros países e incentivando as indústrias francesas a produzir artigos de luxo. Logo, a França se tornaria a maior produtora de artigos de luxo, tais como renda, seda, fitas e perucas, que eram exportados para o resto da Europa. O poder político e econômico francês passou a influenciar o gosto do europeu, que seguia as tendências introduzidas pela corte e vendidas pelas indústrias francesas.

Barroco, portanto, é o nome do estilo que influenciou arquitetura, pintura, escultura, música, decoração de interiores e também arte têxtil e vestuário da época. Caracterizado por ornamentação extravagante, desenho curvilíneo, esplendor e rigidez, tem a figura de Luis XIV como o grande trendsetter da época, encorajando a corte a seguir suas extravagâncias e levando muitos à falência.

Vestuário Básico:

Embora a silhueta básica feminina não tenha se alterado muito em relação ao século XVI, os detalhes decorativos perderam leveza e simplicidade, passando a ricos e formais.

Os vestidos do início do século XVII, portanto, continuavam a moda do século XVI. As saias eram moldadas por armações e as mangas eram bufantes e cheias, cobrindo completamente os braços. Por volta de 1620, o estilo começou a mudar visivelmente. As mangas encurtaram, marcando a primeira vez em que os braços das mulheres eram visíveis em centenas de anos da história do vestuário europeu. Porém, geralmente, usava-se uma camisa rendada de mangas longas por baixo. As saias passaram a revelar anáguas (sob saias amplas utilizadas para dar volume, decoradas com rendas e babados) devido ao comprimento (encurtamento da saia) ou abertura frontal.

Ao final do século XVII, as mulheres vestiam a mantua: uma sobreveste simples em forma de “T”, que ia dos ombros ao chão, com a saia presa nas laterais dando o aspecto de uma cauda longa, de cor própria ou contrastante. Para completar o look, corpetes em silhueta V e decotes mais fechados, que cobriam os ombros, e o rufo, cobrindo o colo.

Mantua – vestido usado pela Rainha Elizabeth em sua coroação.

O rufo era uma espécie de colarinho plissado, utilizado como uma roda em torno do pescoço. Dava um aspecto de cabeça erguida e um ar de arrogância, o que o tornou popular entre a nobreza europeia. Fazia parte tanto do vestuário masculino quanto feminino. Era usado ainda no século XVI, porém sua forma evoluiu durante os períodos, passando de estreito e fechado ao redor do pescoço, a amplo e aberto, como em forma de “U”. Ao final do período Barroco, evoluiu para uma renda plissada ao redor do decote, no caso do vestuário feminino.

Já o vestuário masculino sofreu uma transformação relativamente maior ao longo do período. A ostentação de laços, fitas e panos cascateados do início e meio do Barroco foi substituída por um estilo mais rígido e estofado, dando a impressão de que os homens eram uma extensão da mobília em que se sentavam. A principal inovação foi a adoção do conjunto de três peças: casaco, colete e calções, baseado no vestuário tradicional persa e que seria o precursor do terno moderno.

Cabelos:

Ter os cabelos arrumados era muito importante tanto para os homens quanto para as mulheres do período. No início do século, os homens utilizavam seu cabelo natural, com bigodes grossos e barba complementando o look. Contudo, quando o cabelo do rei Louis XIV começou a cair, ele começou a usar perucas, o que não demorou para virar tendência entre os homens da época. Quanto mais volumosas eram as perucas, mais finos tornavam-se os bigodes.

Já as mulheres não presenciaram uma mudança tão dramática. Cacheados ou crespos, os cabelos eram mantidos altos, em penteados fontage (enfeite de cabeça composto por uma torre de laços e fitas engomados). Joias, rendas, linho e fitas podiam ser adicionados ao penteado, complementando o look.

Em relação à coloração, preferiu-se o castanho escuro e o preto durante a maior parte do período. Mais tarde, o pulverizado começou a ser usado, popularizando-se no período seguinte: o Rococó.

Criação:

Neste período, inspiradas pela rainha Elizabeth, recriamos um acessório que ela usava muito na frente de suas coroas. Um acessório mais longo que chegava até quase a testa com pedras grandes e suntuosas.

Renascimento (séc. XV-XVI)

Cenário:

O Renascimento é considerado um dos mais extravagantes e esplendidos períodos da história do vestuário, isso porque é o primeiro período em que conseguimos enxergar aquilo que chamamos hoje de moda.

Nesse período, a sociedade começa a buscar mais conhecimento, questionando-se sobre assuntos antes inquestionáveis, como a hegemonia da Igreja Católica. A arte também ganha destaque, retomando os valores da cultura clássica, lá da Grécia e Roma Antigas.

Aliado a essa explosão de ideias, que chamamos de Renascimento Cultural, temos o Renascimento Urbano e Comercial, que surge como consequência da estabilidade política da Europa após os grandes conflitos, como a Guerra dos Cem Anos, e o desejo de expansão comercial e territorial.

A crescente estabilidade política e expansão econômica permitiu que mais pessoas pudessem ter acesso às “boas coisas da vida”, o que, como todas nós mulheres sabemos bem, inclui roupas. As pessoas passam, então, a se vestir umas para as outras, sendo influenciadas pelo cenário cultural no qual estão inseridas. Surge, portanto, a moda.

Vestuário Básico:

O vestuário no início do século XV seguia ainda os traços do final da Idade Média: tanto homens quanto mulheres usavam túnicas longas que cobriam o corpo do pescoço aos pés. Contudo, como vimos acima, as mudanças culturais da época foram acompanhadas por mudanças no vestuário.

Assim, a peça básica do vestuário masculino passou a ser o doublet, uma espécie de colete acolchoado, abotoado na frente, com ou sem mangas. Inicialmente abotoado até o pescoço, evoluiu para um decote V, que permitia exibir a camisa (usada por baixo) e o rufo (ver post sobre o Barroco). As mangas sofreram mudanças, passando de bem ajustadas do ombro ao pulso, a bufantes na parte superior dos braços. Tais mangas poderiam ser “destacáveis”. Para completar o look, usavam calças justas (tipo leggins) e “bermudões” até o joelho.

Já o vestuário feminino era composto por, no mínimo, três partes: corpete, saia e mangas. O corpete era ajustado ao corpo, cobrindo dos ombros até a cintura. É importante ressaltar que ele não era apertado, não deformava o corpo das mulheres como veremos em outros períodos, tinha a intenção apenas de ressaltar a silhueta feminina. Os decotes eram amplos, geralmente mostrando um pouco dos ombros e cruzando o peito numa curva logo acima dos seios. Por baixo do corpete era comum se usar uma camisa de tecido fluido ou transparente.

As saias eram amplas, sendo usada uma espécie de armação, em madeira ou outro material “firme”, para dar o formato desejado. Algumas saias possuíam uma abertura na frente que revelava uma sob saia, geralmente em tecido diferente.

Por fim, temos as mangas independentes ou “destacáveis”, ou seja, elas podiam ser anexadas ao corpete (por meio de botões, laços, etc.), o que permitia uma variedade maior de looks. Os estilos diferentes, mas o mais comum eram as bufantes na região dos ombros seguindo mais ajustadas ao longo do braço.

Adornos:

Os europeus deste período eram bastante cuidadosos com a aparência e com os acessórios que escolhiam.

Para os homens, os acessórios mais comuns eram cinto, espada e par de luvas. O cinto era de couro, no qual se pendurava a espada (um cavalheiro jamais sairia de casa sem a sua!), altamente ornamentada. As luvas também eram penduradas no cinto.

As mulheres também usavam um cinto no qual carregavam vários acessórios, como leques, luvas e lencinhos (os famosos lencinhos das donzelas!).

Tais acessórios eram usados somente pelos membros de classes mais abastadas.

Cabelos:

As mulheres continuavam a usar os cabelos como no século XV: longos e com uma variedade de penteados, como tranças, cachos, rolos, etc.

Os grampos de metal foram usados pela primeira vez para manter o cabelo no lugar, em 1545. Também era muito comum adicionar cordas, joias ou flores nos cabelos, ou amarrar fitas através das tranças. Perucas eram usadas ​​quando os cabelos da mulher eram muito finos ou quando não se tinha tempo para fazer os penteados desejados. Além disso, muitas mulheres usavam ​​corantes ou outros métodos para tingir os cabelos, sendo os loiros e os vermelhos as cores que faziam maior sucesso.

Criação:

Para esse período nos inspiramos na obra do artista italiano Giovanni Ambrogio de Predis “Retrato de uma Dama”.

Foi confeccionaao em aula uma rede de linha e completando com a fita no meio da testa com flores.